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segunda-feira, 31 de outubro de 2011


Entre nuvens cinza - 
Um rasgo de azul no céu, 
ilumina o dia.
TM

sábado, 8 de outubro de 2011

Estação : primavera


Chego nesta estação,

andarilha do poema.


Carrego pássaros nas mãos ,

palavras nos poros

e pitangueiras nos olhos.


A asa, o código de silêncio 

e o sumo.




                                  Terezinha Manczak 



terça-feira, 20 de setembro de 2011

Estação : primavera

Quase primavera -

primeiras flores de IPÊ,


despontam  nos galhos.

              Terezinha Manczak

terça-feira, 6 de setembro de 2011

chuva de setembro
dentro de quatro paredes,
cantiga noturna.
TM



Estação:inverno


final de inverno
e  eis que chega setembro 
com chuvas e ventos. 
                         TM

terça-feira, 12 de julho de 2011


             
O dia tornará
o sonho do gesto
em carinho

então percorrer
             tua pele
será  como olhar
para o céu
atrás dos tons
q  julguei  diluídos

assim o desejo
se fará
uma palavra
            concreta
cuja lacuna
por completar
depende  de ti
e da forma  com
 q  foges do sim
q    espero

         Marcelo Steil

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dia dos namorados

Dentro da manhã de desejos: Olhos. Bocas. Tudo entrelaçado.Bônus  de um dia imprevisto,

dentro do universo possível e em alta  velocidade.  Corpos, geografia, a inércia do mundo, dentro de um tempo parado. 
(Chegar e partir são verbos necessários.)
Mesa posta para dois
ao meio-dia deslumbrado,
O que mais precisaria?

E num cinema qualquer,  um filme na tela
outro na cabeça, para
"o dia depois de amanhã"
baldes de pipoca e coca-cola, na completude de gestos simples.

Um dia pleno dentro de tantos vazios.Tudo que não se repete, é único.
Dentro de tudo que é demasiado.

Terezinha Manczak
o  tremor das pálpebras,
o esgar dentro das retinas úmidas,
fechadas em quase verbo



separa a noite do dia


a madrugada branca
sem aurora,
da manhã que chega sem nada nas entranhas.


: um vazio entre fechar  e abrir de olhos, quando a luz entra sem pedir licença:

o que chega e chega e chega sempre é o mesmo dia
cantiga triste, sem nome,
estrela que cai
em pântanos, sem consequências.

                             Terezinha Manczak

domingo, 19 de junho de 2011

As praças

pelas narinas verdes da praça,
a cidade respira
a praça ao lado da fábrica
( a máquina)
a praça ao lado do rio
(o esgoto)
a praça ao lado do estádio
( o lixo)
a praça ao lado dos edifícios

a praça é verde e plácida
livre, sabe o vento
o riso, a asa, o voo

mesmo quando vazias
de homens , mulheres e crianças
as praças não são inúteis.
                      Terezinha Manczak

sábado, 11 de junho de 2011

O olho de lama
Terezinha Manczak

O olho dentro do furacão
É o olho de lama que escorre
Dentro e fora dos alicerces

Escultura de água e pó
Que emerge do inferno
Do poço de cada um

Retina estilhaçada
Lato em cinza e chumbo
O próprio olho de açoite

O olho de lama espia
Do centro do furacão
Dentro e fora: voraz

quarta-feira, 8 de junho de 2011

o poema por dentro
polpa de fruta madura,
ou sumo verde da pressa

escorre nos  veios da carne
nos pelos do púbis

e deixa na boca o prazer
da palavra
impressa em dardos


                    Terezinha Manczak



terça-feira, 10 de maio de 2011




fogo acende e apaga e nada para
o amor chega e parte e nada para
sono chega , adormeço e nada para

sou roubada da tarefa de viver

amanhece e anoitece e nada para
a maré sobe e desce e nada para
o homem nasce e morre e nada para

coração é que para de bater
                                             TM


(Imagem:Tchello d'Barros)




quarta-feira, 27 de abril de 2011





Cenário de abril - 
Versos soltos pelo chão ,
folhas amarelas.
                     Terezinha Manczakak

domingo, 10 de abril de 2011

tua voz, poeta,
o fado e a pororoca
desaguam no Tejo.
                     TM

                    Haicai para Marcos Assumpção

sábado, 9 de abril de 2011




tão claro, vejo

o cavalo no pasto,
a grama molhada de orvalho
                              a caminho do estábulo



: um homem e seu destino,
                                   um menino pela mão, 
                                                             além das minhas lembranças:
                           


uma brisa nômade
ocupa o lugar que deixei
no alto da colina
                       e às margens do rio



e no jardim de hortências,
 olhos vasculham o céu 
que cobre a madrugada,

                                                             e não  me pertencem mais.

                                      Terezinha Manczak

sábado, 19 de março de 2011









a rosa dos ventos
mostra a direção do barco,
da sala de estar.

TM